A obra Motivação 3.0 de Daniel Pink é, sem dúvidas, uma leitura obrigatória para todos os líderes e gestores de equipe.

Principais aprendizados deste artigo:

  • A motivação 3.0 está atrelada a aspectos pessoais de um colaborador, e recompensas ou prêmios que as campanhas de incentivo podem trazer. É isso o que torna a motivação 3.0 mais eficiente.
  • As recompensas funcionam somente para metas e objetivos mais curtos, já que não são capazes de gerar motivação e engajamento a longo prazo.
  • Além de melhorar os resultados, a motivação 3.0 também reduz as taxas de turnover e eleva a satisfação pessoal dos colaboradores.
  • Os elementos da motivação 3.0 são: autonomia, excelência e propósito.
  • Entender como promover a motivação da equipe ajuda a construir times mais resilientes e produtivos. Saiba mais sobre liderança em: Ebook: Como liderar uma equipe comercial formada por Millennials

No livro, o autor mostra que é preciso ir muito além das recompensas e campanhas de incentivo para motivar os colaboradores. 

E isso não significa que elas não funcionem ou estão equivocadas. Esse tipo de abordagem pode dar resultados, sim. No entanto, a motivação em seu formato mais saudável, que gera verdadeira satisfação nos funcionários, e que promova resultados a longo prazo é uma que vem “de dentro para fora”.

Ficou curioso para entender exatamente como a Motivação 3.0 funciona?

Então, continue a leitura deste artigo. Aqui, você encontrará um resumo das ideias centrais e ainda conhecerá três dicas práticas para aplicar a motivação 3.0 no seu time e obter resultados brilhantes.

Boa leitura!

Quem é Daniel Pink, autor de Motivação 3.0?

Daniel Pink possui uma carreira bastante diversificada. 

Formado em Direito pela Yale Law School, Pink decidiu não advogar e iniciou sua jornada na política e na economia, trabalhando com personalidades importantes como Robert Reich e o vice-presidente Al Gore durante a gestão de Bill Clinton.

Mais tarde, o autor começou a estudar seu próprio arrependimento e como seus comportamentos afetaram diferentes aspectos de sua vida, e reflexões como esta o levaram ao desenvolvimento de muitas obras sobre o tema.

Atualmente, Daniel Pink é um dos mais notórios autores sobre ciência comportamental e negócios. 

O expert soma mais de 2 milhões de cópias de seus livros, sendo quatro destes best-sellers do The New York Times.  

Sobre o livro Motivação 3.0

O livro Motivação 3.0 é uma das mais importantes obras dos últimos tempos e gera uma provocação alarmante para refletir sobre o conceito de motivação que é aplicado nas empresas.

É importante salientar que para desenvolver o livro, Pink consultou diversos estudos e pesquisas científicas conduzidas por economistas do MIT, de Carnegie Mellon, e até mesmo análises financiadas pelo Banco Central dos Estados Unidos. 

Ou seja, o conhecimento compartilhado na obra é fruto da ciência, o que torna o tema ainda mais interessante, já que é mostrado que aquilo que conhecemos como um fato natural na gestão das empresas, como as recompensas e punições na realidade, é muito divergente do que aponta a ciência do comportamento humano. 

A seguir, conheça as ideias que o autor divide conosco em sua obra.

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O modelo tradicional de motivação

Quando pensamos em elevar a produtividade dos colaboradores, uma ação que atravessa nosso pensamento de imediato é implementar uma campanha de incentivo como recompensas, bonificações e prêmios, não é mesmo?

Existem ainda aquelas lideranças autocráticas, que acreditam que a punição é a melhor forma de manter um funcionário motivado para realizar suas atividades.

Ambos são contextos muito comuns nas empresas, mas a ciência faz uma revelação um tanto quanto perturbadora: esses modelos não funcionam.

Na verdade, essas recompensas e punições podem ser realmente nocivas para o ambiente de trabalho, para os resultados, e para os colaboradores.

Isso porque esse tipo de motivação leva o desempenho do colaborador para um único caminho. Desse modo, sua criatividade é bloqueada, seu pensamento é limitado somente para determinada atividade e, em muitos casos, até a segurança psicológica de um funcionário está em jogo.

A motivação evoluiu, e ao contrário do que se imagina, dinheiro ou vale-presentes já não são o suficiente para gerar satisfação nos colaboradores.

A evolução do conceito de motivação

No livro Motivação 3.0, Daniel Pink destaca três fases da motivação:

Motivação 1.0

Nessa fase, a motivação está relacionada à sobrevivência. São as necessidades fisiológicas como alimentação, hidratação, abrigo e reprodução que incentivam a motivação e as ações de um indivíduo. 

Motivação 2.0

Na segunda fase da motivação, já é possível identificar o uso de incentivos e punições para motivar os colaboradores.

Esse é o tipo de motivação que acontece de dentro para fora, isto é, a motivação seria a reação de uma ação de incentivo. É o que o autor chama de motivação extrínseca

O autor reforça que as práticas de motivação 2.0 podem, sim, promover resultados. No entanto, elas só se mostram eficientes quando possuem um objetivo pontual. 

Um exemplo que temos são as campanhas de incentivo de fim de ano no departamento de vendas.

Elas são mais comumente aplicadas para que os vendedores consigam atingir um número de vendas que desafia as sazonalidades, principalmente para os modelos de negócios B2B

Nesses cenários, o objetivo é claro, e particular. Por isso é mais fácil engajar os vendedores a colaborarem para tal meta.

Mas, e para o longo prazo? Como gerar engajamento e motivação consistentes?

Para esse fim, a motivação por recompensas ou punições já traz resultados, porque esse modo de conduzir as atividades dos funcionários restringe suas ações e inibe sua criatividade e o seu mindset de solucionadores de problemas. 

O trabalho se torna monótono, previsível demais, e repetitivo. É neste ponto que os incentivos param de funcionar. 

Motivação 3.0

A motivação 3.0, por sua vez, é a evolução do modelo anterior, e se apresenta como a fórmula cientificamente comprovado para motivar funcionários. 

Esta é uma motivação intrínseca, em outros termos, que acontece de dentro para fora. A motivação é uma ação que provoca uma reação. 

Nesse sentido, a motivação 3.0 resgata o nosso motor interno, aquilo dentro de nós que nos move e nos incentiva a evoluir cada vez mais.

Esta é a mais poderosa motivação porque ela é uma condição humana, e é por esse motivo que ela é mais eficiente do que recompensas em dinheiro ou punições.

É realmente fascinante a influência da motivação 3.0. Tão real é isso, que Daniel Pink possui um TED sobre o tema, que até hoje é um dos mais vistos do evento. Assista na íntegra:

No próximo tópico, você conhecerá mais detalhes sobre a motivação 3.0. Acompanhe! 

Quais são os elementos da Motivação 3.0?

Até aqui, você conheceu o conceito de motivação 3.0 apresentado pelo autor. Agora, é necessário compreender o mecanismo dessa motivação.

Pink explica a motivação 3.0 a partir de três elementos:

  1. Autonomia: o desejo de liberdade e controle que um indivíduo tem sobre sua própria vida;
  2. Excelência: a necessidade de reconhecimento por ser bom em algo relevante;
  3. Propósito: o desejo de fazer parte de algo maior, ter uma meta de vida, pertencer a algo.

Estes são os aspectos ligados à alta performance e à satisfação dos colaboradores.

Perceba que não estão relacionados a uma recompensa, ou um prêmio. Tudo isso faz parte de uma motivação maior, que realmente impacta a vida das pessoas.

Por essa razão, a motivação 3.0 é capaz de construir um time verdadeiramente brilhante e que estimule sua criatividade e produtividade, e é justamente isso que a torna tão desafiadora.

No entanto, quando aplicada da forma certa, a motivação 3.0 realiza benefícios, como:

  • redução das taxas de turnover e absenteísmo;
  • Gera colaboradores mais resilientes;
  • Eleva os resultados da equipe;
  • Melhora o clima organizacional;
  • Aumenta o engajamento do time;
  • Fortalece a cultura da empresa.

Como aplicar a Motivação 3.0?

Para aplicar a motivação 3.0 dentro da gestão de equipes, precisamos respeitar seus princípios. 

Logo, o autor fornece dicas que envolvem os três elementos deste conceito. Veja, a seguir.

1. Dê liberdade aos colaboradores

Uma forma de motivar seus colaboradores do jeito certo é através da liberdade.

Aquela velha histórica de que os funcionários que temem seus líderes produzem melhor já caiu por terra.

Lideranças autoritárias e microgerenciamento são os maiores inimigos do engajamento e da motivação e, de quebra, geram insegurança psicológica.

As pessoas desejam ter controle sobre suas vidas, e isso se reproduz no ambiente de trabalho. Então, é preciso focar menos nos processos, e mais nos resultados.

Uma negociação, por exemplo, raramente acontece de forma padronizada, portanto, não faz sentido cobrar um processo de venda engessado para seus vendedores.

A magia de uma venda está na sua imprevisibilidade. Bons vendedores gostam de desafios e de encontrar soluções inovadoras para seus clientes.

À vista disso, é incoerente restringir a criatividade que o vendedor pode exercer em uma tratativa.

A liberdade para explorar novos caminhos, metodologias, técnicas e processos é o que torna o trabalho provocante.

2. Reconheça o trabalho dos seus funcionários

Lembre-se do segundo elemento da motivação 3.0: os colaboradores desejam a excelência.

E para entendermos exatamente do que se trata essa tal excelência, o autor pontua três leis:

  • a excelência é um mindset, uma mentalidade;
  • a excelência nunca é demais, e habilidades não possuem limites;
  • a excelência não é fácil e é preciso trabalhar duro, se esforçar para conquistá-la.

Reconhecer é elogiar, mas também significa fornecer feedbacks que ajudem os colaboradores a se tornarem profissionais mais capacitados e mais competentes, até atingir a excelência. 

Além disso, novos desafios são necessários. Eles criam novas habilidades e, sobretudo, possuem aquela partícula de novidade que todos nós nos afeiçoamos. 

Veja mais seis segredos da gestão de vendedores:

6 segredos para a gestão da força de vendas

3. Foque no propósito da empresa, não em lucro

Daniel Pink também sublinha três elementos do propósito:

  • fazer algo importante;
  • realizar o importante com êxito;
  • fazer em prol de uma causa maior.

Assim sendo, é necessário que sua empresa foque em um propósito maior. 

Como você viu ao longo deste artigo, números raramente conquistam a motivação das pessoas.

Por isso, uma dica interessante é converter a sua meta de venda em um objetivo que seja capaz de alcançar a identificação com os seus funcionários. 

Novamente ressaltamos a importância de ter o olhar direcionado aos resultados, e não a processos. 

Isso representa uma cultura organizacional voltada às conquistas, e se a sua empresa demonstrar essa característica, será mais fácil implementar um propósito que motive seus colaboradores. 

Os lucros são importantes, mas eles não são mais do que combustível para o atingimento do propósito da empresa. 

Confira também: Golden Circle: o poder do propósito

Continue aprofundando seus conhecimentos

Se você é líder de uma equipe, não podemos poupar nosso reconhecimento. É essencial estudar mais e consumidor conteúdos que colaborem para a sua performance como gestor e, consequentemente, para o desempenho da sua equipe.

Fica aqui a recomendação para a leitura da obra de Daniel Pink, e para mais conteúdos do Agendor também!

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