Para manter a saúde financeira de um negócio, é preciso analisar mais do que a rentabilidade das vendas. Entre outros fatores, é crucial monitorar o fluxo de caixa, estoque e também o Custo dos Produtos Vendidos — CPV — para identificar quais são os gastos que a companhia tem até que sua solução chegue às mãos dos clientes e, assim, entender se a venda “valeu a pena”. 

Principais aprendizados deste artigo: 

  • Custo dos Produtos Vendidos (CPV) é um indicador que mede os gastos da empresa para comercializar seus produtos, desde a etapa de produção até o transporte e o armazenamento. 
  • Acompanhar a métrica ajuda no controle financeiro (especialmente dos gastos), no planejamento estratégico (apoiando a tomada de decisões) e na precificação correta dos produtos.
  • O cálculo do CPV considera gastos com estoque inicial e final, insumos, pagamento de funcionários e custos gerais de fabricação.
  • Existem outros indicadores além do CPV para medir os resultados do setor comercial. Veja quais são os principais KPIs de vendas e marketing e aprenda como coletar e analisar os dados para medir o desempenho dos seus esforços de vendas!

O CPV também é bastante útil na tomada de decisões, especialmente no controle de custos operacionais, pois dá insights para embasar o planejamento futuro. A propósito, há uma relação próxima entre CPV e precificação, viu?

Isso porque o indicador permite identificar se as vendas, além de cobrir os custos de produção e comercialização, entregam uma margem de lucro saudável para o crescimento do negócio. 

Quer entender melhor como funciona o KPI e qual a sua importância para empresas B2B? Então, continue a leitura, pois explicamos tudo isso e ainda mostramos como calculá-lo neste artigo!

O que é CPV?

O Custo dos Produtos Vendidos — ou simplesmente CPV — é um indicador financeiro usado para identificar os custos totais da produção até a venda de um produto. Entre as despesas incluídas no cálculo do CPV, estão: 

  • insumos para produção; 
  • armazenamento em estoque; 
  • mão de obra; 
  • custos com eletricidade, aluguel, internet e telefone; 
  • transporte. 

Na prática, todos os gastos essenciais para possibilitar a comercialização de determinado produto entram no cálculo. A métrica é muito usada para descobrir se os resultados das vendas, considerando o custo total e o faturamento bruto. 

Vale destacar, no entanto, que o CPV não é fixo e os gastos dependem do tipo de empresa, do produto e do modelo de negócio. 

Por exemplo, uma empresa que cria softwares SaaS tem custos com engenheiros de TI e serviços em nuvem. Já um negócio que produz sapatos considera os gastos com matéria-prima, estoque e entregas. O resultado é que, ao comparar as empresas, o CPV é diferente, pois gastam com elementos distintos.

Mais adiante, ensinamos como calcular o CPV — com a fórmula e um exemplo prático. Antes, porém, é preciso compreender a importância de acompanhar o indicador e sua relação com a precificação. Vamos lá?

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Por que é importante acompanhar o CPV?

Como falamos no tópico anterior, o CPV é um indicador essencial para os negócios B2B conhecerem sua lucratividade. Porém, não é apenas isso. 

Confira abaixo mais três pontos que ressaltam a importância de monitorar o custo dos produtos vendidos da sua empresa!

1. Controle de gastos

Monitorar o custo dos produtos vendidos pela sua empresa B2B é uma maneira eficaz de controlar os gastos e manter a saúde financeira. 

Identificar o CPV do seu negócio ajuda a perceber oportunidades de redução de custos. Por exemplo, durante o cálculo, você descobre que o setor de estocagem gasta mais dinheiro do que o esperado. 

Desse modo, pode pensar em estratégias para otimizar o funcionamento — capacitação da mão de obra ou adoção de sistemas de controle de estoque — para reduzir estes custos e, assim, diminuir o CPV. Ficou claro?

2. Planejamento estratégico

Ao mesmo tempo, o acompanhamento torna o planejamento estratégico B2B mais assertivo. Para ficar mais claro, imagine que o CPV de um produto seja baixo e as vendas gerem uma rentabilidade que seja quase o dobro do valor gasto. 

Neste caso, fica claro que o produto em questão é um ótimo negócio, concorda? Logo, é possível aumentar sua produção ou estoque para vender mais.

O mesmo exemplo se aplica aos casos em que o CPV está muito alto. Nesta situação, a empresa pode trocar seus fornecedores para reduzir os custos. 

De qualquer forma, as descobertas embasam tomadas de decisão mais precisas.

3. Precificação correta 

Por último, as empresas B2B podem usar o cálculo do CPV na precificação dos seus produtos e, assim, aumentar sua margem de lucro. 

Os resultados são essenciais para identificar a lucratividade dos negócios, já que permitem detectar todos os gastos da produção. Logo, fica mais fácil descobrir quanto se deve investir   para não sair  no prejuízo.

Digamos que sua empresa descubra que o CPV de um mês foi de R$ 150 mil. No mesmo período, no entanto, o faturamento com as vendas foi de R$ 140 mil. 

Percebe como, neste exemplo, “a conta não fecha”? Aqui, há um claro prejuízo, já que os custos para vender são maiores do que o rendimento. 

Neste exemplo, é preciso precificar novamente os produtos, considerando uma margem de lucro bruto saudável para a empresa — ou seja,uma rentabilidade que cubra os custos de venda e ainda gere dinheiro para a companhia. 

Você pode usar a planilha grátis de custos e precificação de serviços do Agendor para calcular os custos, impostos e outros elementos essenciais e, assim, definir um preço justo para sua empresa!

Como calcular o CPV?

Para calcular o CPV do seu negócio, você deve usar a seguinte fórmula: 

CPV = EI + (In = MO + GGF) – EF

Pode parecer bastante complicado, mas, na prática, o cálculo é bem fácil de entender. O principal é ter em mente o significado de cadasigla:

  • EI: estoque inicial;
  • In: insumos;
  • MO: mão de obra;
  • GGF: gastos gerais de fabricação; 
  • EF: estoque final. 

Continua com dúvidas sobre como aplicar a fórmula do CPV? Então, confira este exemplo prático!

Uma empresa com foco no mercado B2B que vende vinhos para bares e restaurantes levantou os dados necessários para descobrir o custo dos seus produtos vendidos e viu que: 

  • R$ 70 mil se referem ao estoque inicial
  • R$ 30 mil aos insumos;
  • R$ 9 mil à mão de obra
  • R$ 50 mil aos gastos gerais de fabricação
  • R$ 7 mil ao estoque final

Nesta situação, o cálculo do CPV fica: CPV = 70.000 + (30.000 + 9.000 + 50.000) – 7.000. Ao resolver a equação, você chega ao custo dos produtos vendidos neste negócio, que é de R$ 152 mil.

Então, para garantir a saúde financeira, a empresa precisa gerar, pelo menos, 15% de margem de lucro sobre o CPV. No caso do exemplo, o valor ideal seria de R$ 22.800. 

Quais outros indicadores você deve acompanhar?

Entendeu o que é CPV e como calcular esse indicador tão importante para os negócios? Saiba que existem outras métricas que as empresas B2B devem seguir para manter sua saúde financeira estável. 

Algumas das mais importantes são: CMV — Custo de Mercadoria Vendida — e CSV — Custo dos Serviços Vendidos. Os dois ajudam a compreender os gastos dos negócios durante o processo de comercialização das suas soluções, e, portanto, são vitais. 

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