É verdade que o vendedor e o gestor comercial precisam se atualizar sobre tendências do mercado, especialmente com conhecimentos fornecidos por referências do setor. Pensando nisso, trouxemos, neste artigo, um pouco da trajetória — e dos insights — do especialista em psicologia para vendas, Wanderley Cintra Júnior, o nosso primeiro convidado do podcast do Agendor, o Fora do Forecast.

Com décadas de experiência na área, o especialista em negócios e mentor de alta performance para líderes é também fundador da Evoluir Sempre, empresa de treinamento e desenvolvimento de organizações, e embaixador do Agendor

Baseando técnicas e estratégias na avaliação de desempenho e inteligência emocional, ele conduz mentorias desafiadoras e potentes que realmente transformam os líderes.

Deu para entender por que você precisa conhecer a trajetória profissional e pessoal de Wanderley? Continue a leitura e aproveite seus insights valiosos e reflexões sobre o impacto da inteligência artificial no mundo dos negócios!

Quem é Wanderley Cintra?

São mais de 30 anos de experiência em vendas que Wanderley Cintra Júnior carrega na bagagem. Psicólogo e pedagogo formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), é especializado em avaliação de desempenho em empresas.

Com mais de 18 mil horas de treinamentos e palestras e mais de 7 mil pessoas atendidas em sua mentoria, é considerado uma autoridade no ramo.

Além de ser mentor de líderes, Wanderley é fundador da Evoluir Sempre, empresa que oferece produtos e serviços para treinar e desenvolver os profissionais nas organizações.

Entre os diversos serviços oferecidos, como recrutamento e seleção de talentos e análise de cargos e salários, a empresa se destaca por disponibilizar o teste de perfil HumanGuide®, que é aplicado pelo próprio Wanderley .

Além disso, Wanderley é coautor do livro Gigantes das Vendas e desenvolveu os materiais didáticos dos cursos “Atendimento, Telemarketing e Vendas” e “Telemarketing no Varejo” da Microlins (em parceria com a revista Venda Mais).

Porém, para se tornar um microempreendedor de sucesso e conquistar experiência em vendas e negócios, Wanderley não poupou esforços e se especializou ao longo de sua carreira. E como isso aconteceu?

Descubra a seguir.

Como Wanderley Cintra se tornou vendedor?

Curiosamente, ele iniciou sua trajetória em vendas não por desejo, mas por necessidade, quando tinha 10 anos.

Conforme Wanderley conta no podcast Fora do Forecast, depois do falecimento de seu pai, ele ajudou sua tia em seu novo negócio: uma quitanda que vendia roscas, pão de queijo e biscoitos.

Com pouco movimento onde moravam, deu a ideia de vender os produtos na rua, no centro da cidade, onde tinha mais chances de encontrar clientes

A primeira parada de sua jornada como vendedor foi no ponto de ônibus. Ele conquistou clientes com histórias sobre a receita de família e os ingredientes usados e, pronto: vendeu tudo o que levou!

Com o tempo, começou a fazer parcerias com bancos para entrar e vender as comidas aos funcionários. E, assim, aos poucos, percebeu que tinha talento para vender.

Após cerca de três anos, sua tia se tornou professora e Wanderley arrumou outro emprego no setor comercial, como vendedor, especializando-se, de fato, na profissão antes de também se tornar psicólogo.

E esse foi só o começo: há mais de 30 anos, Wanderley estuda o comportamento das pessoas no ambiente corporativo e oferece treinamento e desenvolvimento humano em várias empresas no Brasil, em Portugal, na Itália, no Canadá e na Austrália, por exemplo.

Durante esses anos de experiência, Wanderley se especializou em mais um assunto em seus treinamentos e mentorias: o impacto da inteligência artificial (IA) nos negócios.

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O que Wanderley Cintra acha da inteligência artificial em vendas?

Ao reunir todos os temas nos quais é especialista, Wanderley se deparou com uma rápida mudança no mercado movida pela aplicação da inteligência artificial (IA) nos negócios, principalmente na área comercial.

Porém, ele destacou algumas ressalvas sobre IA e inteligência emocional para desenvolver um alto nível profissional e bons resultados no negócio.

Para Wanderley, a inteligência artificial é uma reprodução do pensamento humano de maneira artificial, só que mais rápida e desencadeada, com uma sequência maior de respostas. Já a inteligência emocional é a capacidade de lidar e manejar as emoções sem guardá-las ou liberá-las de modo excessivo.

Segundo o psicólogo, existem cinco emoções básicas para manejar, como alegria, tristeza e raiva. E é preciso saber como administrá-las para que seu corpo funcione melhor — esse é o papel da inteligência emocional.

Ao falar sobre a possibilidade da IA desenvolver a inteligência emocional, Wanderley aponta que é difícil uma máquina realmente reproduzir as emoções humanas, mesmo no futuro:

“Eu acredito que as emoções básicas, por exemplo, são muito difíceis de serem replicadas. Acho que eu posso replicar a saída, mas não a autenticidade. Porque no ser humano, você tem uma questão de autenticidade, é autêntico do humano ter isso. Não é da máquina ter isso. Então, já se entende máquina ou qualquer dispositivo como algo sem sentimentos. Sem emoção. Então isso é uma coisa que vai ser difícil de replicar.”

Por outro lado, uma pode complementar a outra. O vendedor, por exemplo, pode coletar dados dos clientes no sistema com IA, entender seu comportamento de compra, e, então, guiar melhor a negociação face-a-face com o consumidor.

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Como lidar com a IA? O vendedor pode perder o emprego?

Segundo Wanderley, os bons vendedores, que realmente se engajam e se envolvem com as vendas realizadas, humanizando todo o atendimento, não terão seus empregos tomados pelas máquinas. Afinal, no caso de relações próximas, o ser humano é insubstituível.

Entretanto, se o profissional fizer seu trabalho de modo automático, pode ser que ele seja substituído por uma IA, pois suas ações serão iguais às de uma máquina, certo?

Wanderley acredita que o caminho para ser insubstituível é realmente mudar a forma de atendimento dos vendedores:

“Eu acho que a primeira coisa é se humanizar mais, entender-se muito mais, se compreender, ver como o sujeito deixa o seu negócio mais insubstituível, o seu negócio mais humano mesmo. Isso é um ponto importante. Eu sempre brinco com muitos vendedores que, às vezes, a substituição acontece porque o cara não está a fim, a vendedora não está a fim. E atende automaticamente. Então, para atender automaticamente, o McDonald ‘s vai lá e coloca os postos de atendimento. O cliente pede e acabou.”

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Mais dicas e insights de Wanderley Cintra

Wanderley defende, em suas mentorias, palestras e como líder de empresa, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. E, por mais que isso pareça impossível de alcançar, ele diz que se esforça cada vez mais para ter seus momentos de lazer e entretenimento.Nos últimos tempos, por exemplo, ele tem se dedicado a leituras mais leves e não apenas técnicas. No podcast do Agendor, Fora do Forecast, o psicólogo e especialista em vendas indica três leituras para vendedores e gestores comerciais:

  1. As melhores crônicas de Rubem Alves: o autor traz uma leveza no texto, ao mesmo tempo que uma profundidade;

“Gente, o melhor livro para se degustar, aquele cara é um ícone, assim. Ele traz uma leveza no texto dele, e, ao mesmo tempo, a profundidade.”

  1. Arrancar máscaras! Abandonar papéis!: a comunicação pessoal em 25 passos: Wanderley achou esse livro genial para aprender como ser autêntico nas relações pessoais;

“Tem um outro (livro) que mudou muito minha vida, que foi em 99 que eu li. Depois eu o reli outras vezes, chama-se Arrancar Máscaras! Abandonar Papéis!. Que livro genial para você aprender sobre como a gente usa máscaras nas relações sociais e o quanto é bom você saber sobre isso. Não que você retire todas as máscaras como ele fala ali, né? Mas no sentido de você entender que… Cara, você tem que se experimentar ser mais autêntico, né? Essa máscara é pesada demais para você carregar, porque você carrega um histórico com ela e um peso com ela.”

  1. O palhaço e o psicanalista: como escutar os outros pode transformar vidas.

“(…) ele traz uma coisa do palhaço assim que eu nunca tinha imaginado daquela forma, né? Como alguém que faz rir sem falar. Que é alguém que tem que manejar a emoção do outro no olhar. Naquela máscara que ele coloca ali, mas para justamente tirar do outro o riso. Tirar alguma coisa de bom naquele sujeito, para que ele também olhe para os outros e conquiste as pessoas por meio do seu riso. E falar sobre a escuta que ele traz.”

Em suma, uma lição que se pode tirar desses livros é que qualquer tipo de relação — mesmo a profissional — deve ser saudável e ter as expectativas atendidas por ambos os lados. Dessa forma, um bom vendedor e gestor consegue alcançar o seu melhor potencial e desempenho na profissão.

Gostou de aprender um pouco mais sobre o mestre da psicologia para vendas Wanderley Cintra Júnior? 

Continue aprimorando suas técnicas como vendedor e gestor, e ouça todos os episódios do Fora do Forecast com convidados que são referências em vendas e negócios!

Wanderley Cintra no Fora do Forecast